Fim do Mundo

Lá estava ela, olhando com sua rosto matinalmente cadavérico da janela a floresta, virgem, entocada, fazendo alusões e comparações com ela mesma, seus amigos retomam a sua atenção para a conversa, fim do mundo, mas logo o bambuzal e a chuva tomam sua atenção novamente.
As semanas tem passado rápido demais, e ela anda ociosa por surpresas, boatos correm pelos corredores de que ela tem rolado na sarjeta de uma alegria terna, enquanto todos salvam suas respectivas santas almas.
Chega então o dia, o locutor da rádio da a notícia de que os meteoros logo chegarão a terra, e não há lugar que não será devastado, ela fica feliz porque as musicas que ela julga ser de péssimo gosto foram interrompidas.
Ela vai até a rua mais familiar da cidade, bate na porta, ele atende de meias amarelas furadas, ela pegou um livro, leu duas ou três linhas que só confirmavam suas conclusões de que a vida não é feita para nos sentirmos bem, jogou o livro na parede, ficou de costas nua por 5 minutos, e antes de morrer, transaram, sem parar um segundo, sem dizer eu te amo, apenas olhando mais uma vez pra janela, dessa vez o sol estava denso, e os meteoros caiam.

O barco no mar é caótico e atracado no porto ainda balança, parece gangorra. Eu descobri minha esquizofrenia em gostar dessa chuva de mal me quer. Seus mal tratos são uma forma, um pretexto pra estar mais perto de você, e por isso só por isso eu vou gritar todos os dias que te odeio com todas as minhas forças. Eu desleixei do amor de todo mundo, eu te deixei escorrer pelas mãos. E agora percebo, que você está deixando o porto de vez. Vou assistir feliz as gaivotas voarem quando a chuva passar!

Eu vou sentir falta das suas reclamações sobre o comprimento do meu cabelo, sobre como ele é espalhado pela vida. Vou sentir falta do seu colo, e dos seus olhos nos meus, me dando a exata confirmação de que eu engulo as pessoas com o olhar. Vou sentir saudade de tocar piano nos seus dedos, de ouvir musicas e seus sermões irônicos, e vou sentir saudade principalmente das suas mão levantando meu rosto, toda as vezes que eu ia recobrar o folego olhando para o chão, e pedindo, implorando, pra que tais momentos não acabassem nunca!

Imagine que louco, a bicicleta apaixonada pela zebra e a bailarina da cachinha de musica apaixonada pelo astronauta.

Enquanto eles se batem, dê um rolê e você vai ouvir, apenas quem já dizia, eu não tenho nada antes de ser quem eu sou, eu sou amor, eu sou amor da cabeça aos pés! - Novos Baianos

''Eu sou mesmo uma burra, que acha que pode levar a vida navegando na bubuia a pensar em vos micê! Embora negue, vos micê ama sinhá, e sinhá que hoje te vê como traste nem te queres tanto assim.. Ah quem me dera a sina de um Assum Preto, a cantarolar até morrer, e sem nunca, nunca a tua beleza avistar'' ''Mas porque me amas tanto Maria?'' ''Esse é um dos segredos ocultos no emaranhado do teu cabelo Pierrot''

Ela fala ''altos choros'' eu entendo ''altos charutos''.